quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Cock Sparrer - Cock Sparrer



Autênticos como nenhuma outra banda de street rock de seu tempo, desde 1972 o Cock Sparrer faz um som humilde, simples, sem pretensão, mas conquistador.

O primeiro disco do grupo é composto por 10 faixas, uma delas sendo cover do Rolling Stones (WTF?). 

Com uma postura singela, a banda ganhou espaço e admiradores entre skinheads, punks e outras modas rueiras do fim da década. A qualidade sonora fora do comum e as composições cotidianas deixaram o Cock Sparrer mais próximo ainda deste público.


Este pequeno detalhe foi o que fez o primeiro álbum ser "reconhecido", já que em seus primeiros dias de lançamento o disco pouco foi levado a sério.

Ótima oportunidade de conhecer o antecessor de "Shock Troops" e, de quebra, ver o grupo em seu momento mais "rock".



1. "We Love You"
2. "Sister Suzie"
3. "Platinum Blonde"
4. "Taken For A Ride"
5. "Again And Again"
6. "Runnin' Riot"
7. "Chip On Your Shoulder"
8. "Whatch Gonna Do About It"
9. "Teenage Heart"
10. "I Need A Witness"


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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Anti-Nowhere League - "The Perfect Crime"




Este é o segundo disco do Anti-Nowhere League, que conquistou muitos fãs e desanimou grande parte dos que a banda já havia conquistado.

Com uma nova fórmula e, ao que parece, seguindo a moda musical, "Crime" é o disco bastardo da banda. Teve alguns singles embalados em discotecas, mas nunca rendeu algo diretamente positivo para o grupo.

Com duas guitarras, e cheio de efeitos, o álbum é muito trabalhado com teclado, sintetizador e pop. A voz de Animal é a mesma, mas ela é cantada e não berrada, ou é expressa de forma comum.

Os mais humildes e não intencionados a massar o grupo com críticas, apontaram o disco como um ato de experimentalismo, como "algo que lembrasse os Skids". O álbum, hoje, é item raro e cobiçado por alguns e descartado por outros.

"Crime" ainda rendeu uma pequena turnê em 1987. Logo depois, devido aos desentendimentos, o Anti-Nowhere League encerrou suas atividades. Até o final da década foram lançados alguns discos ao vivo, deixando, por algum tempo, a esperança de um retorno da banda com novo trabalho



1. "Crime" 
2. "Atomic Harvest" 
3. "On The Waterfront" 
4. "Branded" 
5. "(I Don't Believe) This Is My England"
6. "The Johannesburg" 
7. "Shining" 
8. "Working For The Company" 
9. "The System" 
10. "Curtain"


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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Anti-Nowhere League




"We Are...The League" é o primeiro álbum do Anti-Nowhere League.

Com mais de 20 anos de carreira, o Anti-Nowhere League é considerado, atualmente, um dos maiores nomes ainda em atividade da safra de bandas pertencentes ao chamado "U.K. 82".

Nenhum disco do Anti-Nowhere League pode ser equiparado a " We Are...The League" e, provavelmente, nunca haverá nenhum trabalho tão rude quanto este.


Animal e seus capangas se conheceram em bares e compartilhavam a ideia de fazer uma banda de rock com influências dos grupos punks da época. Logo, se firmaram e até hoje seguem fazendo um som rueiro, sujo e digno de admiração.

Com 14 faixas sem freios e pudores, não há como indicar os sons de destaque: "TODAS as músicas do disco são altamente recomendáveis, para punks, rockers e todos que têm um cotidiano rueiro. Isso é o que basta" já dizia Animal, no início das primeiras apresentações do grupo.


1. "We Are...The League"
2. "Animal"
3. "Woman"
4. "Can't Stand Rock 'N' Roll"
5. "Remember You"
6. "Snowman"
7. "Streets Of London"
8. "I Hate People"
9. "Reck A Nowhere"
10. "World War III"
11. "Nowhere Man"
12. "Let's Break The Law"
13. "Rocker"
14. "So What"


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Discharge - Realities Of War


Uma imagem vale mais que mil palavras.

A capa do primeiro EP do Discharge aponta mais que dez mil facilmente. O preto e o branco, presente de forma simples, simbolizam muito mais que a própria simplicidade... esbanjam desprezo, exibem o esquecido e abalam quem finge não ver.

O álbum é composto por apenas 4 músicas, nenhuma chegando à dois minutos, e é o suficiente para mostrar à que o Discharge veio e qual sua mensagem.

Muito assemelhado ao punk da Escandinávia, Finlândia e Brasil, o "Realities Of War", que já ultrapassa os 30 anos, hoje é item de colecionador.

Este disco vale muito dinheiro em leilões virtuais e quem o possui sabe que não há dinheiro que pague algo tão sincero quanto o pequeno objeto constituído de vinil, papel e mofo.

Passadas três décadas, o discurso do grupo continua ríspido, direto e ácido: “de nada vale você ter o "Realities" se você só consome o produto e não aproveita o que ele transmite”, dispara Ant, que sempre foi fã do grupo e substituiu Rat dos Varukers, em 2010.

1. "Realities Of War"
2. "They Declare It"
3. "But After The Gig"
4. "Society's Victim"

sábado, 20 de agosto de 2011

Minuit Boulevard - Service Comprs




Escassas informações estão disponíveis, inclusive na internet, sobre o MB. O pouco que se sabe é que a banda é um dos nomes mais marcantes do punk francês dos anos 70.

Assim como toda a cena francesa, que por sí só é obscura, o MB não foge a regra, mesclando o Pub Rock com o punk77 de uma forma singular.

O álbum “Service Comprs” foi lançado em 1979. O destaque do disco não fica apenas no conjunto da obra, mas em cada musica isoladamente. A criatividade francesa é atípica, contemporânea e tradicional, sem exageros. Posteriormente, em 1981, o Minuit Boulevard lançou o “Automatic Rock”.

O MB soa de forma diferente das bandas de Pub Rock inglesas e pouco se assemelha as bandas do mesmo gênero da França. Enfim... é ouvir pra crer, ou descrer!


1. "Tout Donner"
2. "Lisa"
3. "Hey Jack !"
4. "Je Marche Seul"
5. "Tu Risques Ta Peau"
6. "La Nuit"
7. "Essayer"
8. "Si Dieu Le Veut Un Jour"
9. "Minuit Boulevard"

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Os Excluídos - Antes De Tudo



Os Excluídos possuem a influência direta de grandes e pequenos nomes do punk setentista, mas a melhor definição da banda é o chamado punk-reival.

Com um visual que remete às mesmas bandas que serviram de influência, o grupo adotou uma postura singular. O resultado disso foi que, em menos de um ano, eles já eram convidados para tocar na abertura do show dos Stiff Little Fingers.

O álbum "Antes De Tudo" foi lançado em 2002 com 8 músicas excelentes e claramente ligadas ao punk setentista. Além deste disco,  o grupo participou de várias outras coletâneas e de um split magnífico com o Flicts. Vale cada segundo de atenção dada a música do EP. Genial.

1. "Km 77"
2. "As Ruas Te Esperam"
3. "Tempestade"
4. "Eu Não Quero"
5. "Progresso"
6. "Brilho No Olhar"
7. "Qual É O Seu Medo?"
8. "O Melhor Dia Que Ja Víví"



segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Sweet Suburbia - Paranoia Day By Day



Em 2008, era esperado o fim de uma década sem uma única banda que comprovasse a originalidade no underground paulista, no que diz respeito ao Punk Rock, sem querer desmerecer as centenas que surgiram de 2000 pra cá.

Porém, não havia algo que mostrasse o que de fato foi a maior marca do punk setentista.

Bandas com a tag de "77" eram mato, e isso não é novidade. Mas faltava o espírito da "coisa". Eis que o Sweet Suburbia, traz em "Paranoia Day By Day" o que era necessário para atingir tal marco, além de seu EP, lançado em 2007.

Com irreverência e muita simplicidade, os Sweets se tornaram, rapidamente, importantes e bem cogitados para shows na cidade. A sonoridade se manteve sempre presente na voz firme e feminina do vocalista. A musicalidade singela e pegajosa os marcou como realmente diferente dos outros.   

Em 14 músicas, na qual a última é um famoso cover dos Inocentes, o grupo mostra o cotidiano em versos simples e muita energia. Sem discussões, é uma banda que deixa saudade pelo seu fim e, por vezes, esperanças de um possível retorno.

Cabe ressaltar a boa qualidade de gravação e excelente arte no CD e encarte!


1. "Living To Remain"
2. "Ship Of Folls"
3. "I’ll Never Surrender"
4. "Nobody Cares"
5. "Waiting For"
6. "Hurry Up"
7. "Lost Youth Generation"
8. "Sweet Heart"
9. "Nothing’s New In The Front"
10. "Beat Surrender"
11. "79"
12. "Bring Up"
13. "Brotherhood"
14. "Garotos Do Súburbio"


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Sweet Suburbia - DEMO 2007



Com simplicidade e criatividade de sobra, a banda paulista Sweet Suburbia lança em 2007 sua demo, que hoje após termino da banda, se tornou raridade para fãs que acompanharam a banda por mais de 8 anos.

Com simplicidade e criatividade de sobra, os paulistanos do Sweet Suburbia lançaram, em 2007, sua demo. Hoje, após o término da banda, o EP se tornou raridade para fãs que acompanharam o grupo por mais de 8 anos.

A demo é composta por cinco faixas, apresentando uma proposta diferente da maioria das bandas paulistanas onde, algumas vezes, o amor a música passa despercebido.

O Sweet Suburbia manteve sempre a postura modesta e muita empolgação, com shows cheios de diversão e expressividade.

Com qualidade regular sons por vezes ditos como "badalados", o grupo se firmou entre as bandas do momento. A partir daí, os Sweets começaram a gravação de seu primeiro e único disco, que trouxe consigo a real qualidade sonora da banda.


1. "79"
2. "Nobodys Care"
3. "I Will Never Surrender"
4. "Living To Remain"
5. "Hurry Up"

domingo, 14 de agosto de 2011

Discharge - Hear Nothing, See Nothing, Say Nothing



Bandas marcam, e discos marcam mais ainda. Por erros, muitas bandas caem no esquecimento mesmo sendo autoras de discos que mesmo a décadas lançado, se provam nos dias atuais, como "contemporâneo" por críticos e essencial como caminho de vida para uma juventude.


Esse segundo trabalho dos ingleses do Discharge é exemplo literal disso. "Hear Nothing, See Nothing, Say Nothing" é um dos discos mais lembrados depois de décadas, mesmo depois de uma queda bruta num precipício de esquecimento.


O disco traz todo o peso que em parte já havia sido esquecido pelo punk e em sua musicalidade, agregada ao peso do metal da segunda era britânica. Repleto de tiradas amargas contra governantes e prevendo a destruição humana pelo pode nuclear, o disco exibe a fundo a podridão do "ser humano"


A música "Hear Nothing, See Nothing, Say Nothing" é o maior hino obscuro do punk que em  regiões próximas,serviram de inspiração a tudo que o punk poderia expor futuramente em matéria de peso sonoro. Primeiro os mais próximos como o Exploited, Abrasive Wheels e Vice Squad e outros grupos da Suécia, Finlândia e Dinamarca. Depois vieram os americanos em diversas vertentes como o Agnostic Front, Stormtoopers Of Death e Suicidal Tendecies. Outras seriam mais declaradas ao som como Anthrax, Metallica, Megadeath e Slayer.


"Hear Nothing, See Nothing, Say Nothing" traz outras clássicas músicas como "Protest And Survive", "Hell On Earth" e "Free Speech For The Dumb". Mais de 20 anos depois, o disco foi relançado pela Castle em 2003 e pela Captain Oi! em 2007, isso porém não faz o impacto ser menor, ou maior, só preserva o que DE FATO, é o Discharge.

1. "Hear Nothing See Nothing Say Nothing" 
2. "The Nightmare Continues" 
3. "The Final Blood Bath"
4. "Protest And Survive" 
5. "I Won't Subscribe" 
6. "Drunk With Power" 
7. "Meanwhile" 
8. "A Hell On Earth" 
9. "Cries Of Help" 
10. "The Possibility Of Life's Destruction" 
11. "Q: And Children? A: And Children" 
12. "The Blood Runs Red" 
13. "Free Speech For The Dumb" 
14. "The End"

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Stiff Little Fingers em São Paulo.


Quinta feira amanheceu de forma diferente na cidade de São Paulo.

Os metrôs continuavam cheios, as ruas fervidas no caos, buzinas e sirenes. A cidade cinza não parou e nunca parará. Haviam pessoas paradas, estagnadas e se martirizando em pensamentos próprios, pedindo para que o relógio chegasse logo no ponto do fim do expediente, na saída da faculdade ou que, simplesmente, a noite invadisse as ruas da cidade.

Quando o sol se pôs, começou a etapa de sair do cotidiano e prosseguir o caminho até a conhecida Clash Club. Os sentimentos afloravam à pele, de forma diferente, em cada uma das mais de 700 pessoas presentes na casa para o show dos irlandeses do Stiff Little Fingers.

As portas abriram às 20:00 com a promessa de que a banda subiria ao palco as 21:30. Óbvio que isso não aconteceu, mas os 15 minutos de atraso não foram impasse a ninguém, mesmo os que ficaram comprimidos entre o restante do público e a grade. Assim como eu, acredito que todos permaneceriam mais uma hora esperando, sem nenhum problema.

Às 21:40 em ponto, a última música do The Clash acaba na discotecagem. As luzes se apagam, a fumaça ofusca momentaneamente a visão dos presentes e, após alguns segundos, as luzes voltam e começam a preencher todo canto, por mais escuro que pudesse estar a casa.

Em instantes, McCallum , Steve Grantley, Ali McMordie e o eterno frontman Jake Burns se colocam  ao palco fazendo até o fã mais duro se emocionar. Os gritos vão se harmonizando com as piadas sobre o peso e a desenvoltura do vocalista. Mais alguns instantes e qualquer dúvida é jogada ao véu ao se perceber que, após 30 anos de carreira, Jake Burns continua com a mesma voz do momento que fez seus primeiros ensaios com a Rough Trade, em 1979, para a gravação de Suspect Device – Single.

“Roots, Radicals, Rockers & Reggae” é o pontapé inicial, seguido de “At The Edge” e “Nobody’s Hero”. Um verdadeiro desfile de hits. Inclusive, Jake Burns já havia comentado que o Brasil era justo para um show de “Greatest Hits”. O resultado foi uma verdadeira celebração inflamável sobre cada segundo de show, sobre cada acorde, sobre cada nova música.

O público era diversificado. Haviam aqueles que viram o grupo no início dos anos  80, no exterior, os que viram o grupo em 2000, em São Paulo, e grande parte tendo seu primeiro contato com um dos maiores nomes do punk ainda ativo.

Em pouco mais de 5 músicas, o público se dividia entre fotos, palmas, gritos e, obviamente, o choro. Impossível era não se emocionar com cada frase berrada por Jake Burns. “Listen”, seguida do cover dos Specials, fez a Clash Club se silenciar aos berros e cantar como um coral as duas canções inteiras. A dedicatória a Joe Strummer não faltou e a seqüência de “Fly The Flag”, “Tin Soldier” e “Suspect Device” animou todos os presentes de forma inigualável.

Para alguns, a quinta-feira de 11/08/2011 foi um sonho. Para outros, foi surreal. Não restam dúvidas para ninguém de que este foi o maior show que a Clash Club recebeu, o show em que o público saiu mais satisfeito e que a Web Rockers, provavelmente, nunca trará uma atração de maior porte. Jake Burns, mesmo com mais peso e com sua trupe em estado veterano, continua com a mesma raiz de 1979. E a chama “continua queimando”!