domingo, 14 de agosto de 2011

Stiff Little Fingers em São Paulo.


Quinta feira amanheceu de forma diferente na cidade de São Paulo.

Os metrôs continuavam cheios, as ruas fervidas no caos, buzinas e sirenes. A cidade cinza não parou e nunca parará. Haviam pessoas paradas, estagnadas e se martirizando em pensamentos próprios, pedindo para que o relógio chegasse logo no ponto do fim do expediente, na saída da faculdade ou que, simplesmente, a noite invadisse as ruas da cidade.

Quando o sol se pôs, começou a etapa de sair do cotidiano e prosseguir o caminho até a conhecida Clash Club. Os sentimentos afloravam à pele, de forma diferente, em cada uma das mais de 700 pessoas presentes na casa para o show dos irlandeses do Stiff Little Fingers.

As portas abriram às 20:00 com a promessa de que a banda subiria ao palco as 21:30. Óbvio que isso não aconteceu, mas os 15 minutos de atraso não foram impasse a ninguém, mesmo os que ficaram comprimidos entre o restante do público e a grade. Assim como eu, acredito que todos permaneceriam mais uma hora esperando, sem nenhum problema.

Às 21:40 em ponto, a última música do The Clash acaba na discotecagem. As luzes se apagam, a fumaça ofusca momentaneamente a visão dos presentes e, após alguns segundos, as luzes voltam e começam a preencher todo canto, por mais escuro que pudesse estar a casa.

Em instantes, McCallum , Steve Grantley, Ali McMordie e o eterno frontman Jake Burns se colocam  ao palco fazendo até o fã mais duro se emocionar. Os gritos vão se harmonizando com as piadas sobre o peso e a desenvoltura do vocalista. Mais alguns instantes e qualquer dúvida é jogada ao véu ao se perceber que, após 30 anos de carreira, Jake Burns continua com a mesma voz do momento que fez seus primeiros ensaios com a Rough Trade, em 1979, para a gravação de Suspect Device – Single.

“Roots, Radicals, Rockers & Reggae” é o pontapé inicial, seguido de “At The Edge” e “Nobody’s Hero”. Um verdadeiro desfile de hits. Inclusive, Jake Burns já havia comentado que o Brasil era justo para um show de “Greatest Hits”. O resultado foi uma verdadeira celebração inflamável sobre cada segundo de show, sobre cada acorde, sobre cada nova música.

O público era diversificado. Haviam aqueles que viram o grupo no início dos anos  80, no exterior, os que viram o grupo em 2000, em São Paulo, e grande parte tendo seu primeiro contato com um dos maiores nomes do punk ainda ativo.

Em pouco mais de 5 músicas, o público se dividia entre fotos, palmas, gritos e, obviamente, o choro. Impossível era não se emocionar com cada frase berrada por Jake Burns. “Listen”, seguida do cover dos Specials, fez a Clash Club se silenciar aos berros e cantar como um coral as duas canções inteiras. A dedicatória a Joe Strummer não faltou e a seqüência de “Fly The Flag”, “Tin Soldier” e “Suspect Device” animou todos os presentes de forma inigualável.

Para alguns, a quinta-feira de 11/08/2011 foi um sonho. Para outros, foi surreal. Não restam dúvidas para ninguém de que este foi o maior show que a Clash Club recebeu, o show em que o público saiu mais satisfeito e que a Web Rockers, provavelmente, nunca trará uma atração de maior porte. Jake Burns, mesmo com mais peso e com sua trupe em estado veterano, continua com a mesma raiz de 1979. E a chama “continua queimando”!




10 comentários:

  1. Fico feliz qnd vejo um amigo realizar o sonho de ir no show daquela banda que tanto gosta. Foi foda de ver sua empolgaçao pra esse show mano, ainda bem que rolou tudo bem e vc curtiu pra caralho.
    Foda os registros mano parabensss punx.

    Tamo junto.
    Extremo leste xxx

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  2. Se a chama ainda ta acesa, taca fogo na babilônia encindecente,

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  3. Tocar o terrô Zebrinha,uhhauhuahua

    Valeu Fillzera, Valeu mesmo

    Extremo Leste!

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  4. Caramba Dan

    choreeei com seu texto

    hehehe


    beijoo

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  5. Boa resenha, porém eu fiquei um pouco decepcionado com o som. Não sei se foi por causa da minha expectativa exarcebada, mas não esperava menos de SLF.
    Achei eles sem nenhuma empolgação, foi foda. Mas a melhor coisa desse som foi encontrar os amigos que não vemos a tempos, isso é incrível.
    Mas mesmo não gostando mais de SLF, o show do Boys foi incrivelmente superior.

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  6. Eu sai muito feliz de lá, fugindo um pouco do assunto, uma coisa que me deixou incrívelmente chateado foi a falta de banda de abertura. Passa a impressão que não temos uma banda a altura pro evento. Tambem achei que eles tocaram pouco tempo. O repertório foi ótimo mas não foi diversificado. Isso acontece em praticamente em TODO show. O The Boys foi um dos poucos shows que ví com repertório passando por todos os discos. O "Guitar & Drum" é animal, "Get A Life" têm boas músicas, o "Tinderbox" é surreal, e não teve NADA desses discos exceto "Strummerville".

    Da mesma forma achei muito bom.

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  7. PS: Tô até vendo esse show do Dickies, dou minha cara a tapa se eles tocarem qualquer música do "Second Coming" e é o disco que eu mais gosto,haha.

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